32% dos estudantes brasileiros necessitam de bolsa fornecida pelas instituições para ingressar no Ensino Superior 

Pesquisa revela que 48% buscam uma vaga em bacharelados; licenciatura é o menos desejado com 8,7% das intenções 

Segundo dados obtidos através da pesquisa realizada pelo Instituto Semesp com 1542 respondentes, a sua maioria com até 24 anos de idade (80%) e 76% estudantes do ensino médio na rede pública, apontou que 32,1% indicaram a necessidade de bolsa fornecidas pela instituição para ingressar no ensino superior. O SISU (Sistema de Seleção Unificada) foi a segunda opção escolhida com 27% dos estudantes. Os demais programas de apoio do governo como o Prouni e Fies foram os menos lembrados, com 10,3% e 3% respectivamente. 

Para Rodrigo Bouyer, avaliador do INEP e sócio da Somos Young, as bolsas de estudo, sejam oriundas do poder público ou de iniciativas privadas, são de extrema importância para a educação superior. “São ferramentas que cumprem a missão de oportunizar o ingresso em instituições de ensino superior de qualidade e, consequentemente, modificar a vida daqueles que a utilizam, ampliando o número de oportunidades, seja no âmbito educacional, como profissional”, diz.

De acordo com a base de dados do estudo, 48,4% dos estudantes querem buscar uma vaga em bacharelado, 20,1% ainda não tinham decidido o que cursar; a licenciatura foi o curso menos desejado, com apenas 8,7%. No mercado educacional, a baixa adesão por licenciaturas reflete diretamente na educação básica do país. “Estamos falando de profissionais que impactam desde o ensino infantil ao médio. É triste ver a escassez de profissionais em uma área tão importante para a sociedade”, completa Bouyer.

A pesquisa revelou ainda que 37,4% dos estudantes querem estudar no formato presencial diurno, enquanto 29,1% optam pelo presencial noturno. O modelo de ensino à distância não teve uma boa aceitação na pesquisa. Apenas 5,8% optaram pelo modelo com aulas gravadas e 5% à distância com aulas ao vivo.  

Saúde e bem-estar (28,2%), negócios, administração e direito (17,20%) e computação e tecnologias da informação (13,10%) foram as áreas mais escolhidas pelos entrevistados, enquanto ciências naturais, matemática e estatística foram as que tiveram menor adesão com apenas 3,4%. Lembrando que cursos como medicina, odontologia, psicologia, enfermagem, direito e outros estão na lista de proibição no sistema EAD. 

Sobre a expectativa ao ingressar no Ensino Superior, 36,9% respondeu que pretende conseguir um emprego na área de atuação, 25,8% dos entrevistados querem mudar de vida e acreditam que o novo curso pode ajudá-lo na decisão, 10,2% querem seguir concursos públicos e 8,4% querem melhorar a renda atual. 

O especialista ainda complementa que a educação superior abre diversas portas para os estudantes, ampliando seu olhar educativo e, claro, proporcionando, em contrapartida, o desenvolvimento de pesquisas e áreas de estudo nas instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas. 

Mais da metade dos entrevistados assumiram que têm medo de não conseguir um emprego na área ou de se decepcionar com o curso escolhido (55,8%), já 18,6% dos entrevistados disseram que têm receio de não conseguir pagar as mensalidades até o final do curso. Sobre os atributos que uma IES tem que ter na hora da escolha, 33,9% apontaram os indicadores de qualidade do MEC, a disponibilidade e oferta do curso desejado e a localização são os aspectos mais importantes. 

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