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Dante Olivier revela dificuldade para entender sua sexualidade durante e após transição

Multiartista, ele falou com sinceridade sobre o turbilhão de pensamentos e sentimentos que viveu, mas hoje revela estar bem resolvido e em paz

Para o multiartista Dante Olivier, passar pelo processo de transição de gênero não foi fácil. Aliás, entender que existia uma diferença entre gênero e sexualidade até foi tranquilo, mesmo porque este já era um assunto que ele falava. Entretanto, absorver para a sua vida foi um pouco mais complicado. Ele, que é bissexual, falou sobre a dificuldade em entender que dava para as duas coisas acontecerem em paralelo, sobre os paradigmas que enfrentou e sobre como lidou com isso tudo: “Entrei numa pira de me masculinizar muito para ser visto como o homem”.

“Levei um tempo até absorver que meu gênero não estava ligado à minha sexualidade e para fazer as pazes com o fato de também gostar de pessoas que se identificam com o masculino no geral, mas esse foi um processo muito interno, era algo comigo mesmo. Conforme eu fui ficando mais seguro com o meu gênero, fui entendendo que não fazia sentido existir travas em relação a isso”, reflete.

Ele continua recordando como foi esse momento: “Antes de transicionar publicamente, eu me entendia como alguém que gostava só de moças, mas que, de vez em quando, ficava com rapazes. Só que isso era algo que eu não levava a sério e, no momento em que abri para o mundo a minha transexualidade, simplesmente entrei numa ‘pira’ de me masculinizar muito para ser visto como o homem. À medida que o tempo foi passando, fui ganhando segurança com o meu corpo e isso foi parando de fazer sentido. Entender que, na verdade, eu gostava de pessoas, foi um processo que se estendeu por um tempo, mas que foi repleto de autoanálise e percepção pessoal”, reflete.

Para ele, fugir do universo feminino parecia fazer sentido: “Essa fase foi bem no início da transição, quando coloquei para as pessoas que eu era, de fato, uma pessoa trans. Isso veio num lugar de muita autoafirmação, de tentar fazer elas entenderem e, além disso, ficar em paz comigo. Eu me vi diante de vários paradigmas, mas o principal deles foi em relação à minha masculinidade. Entendi que não tinha motivos, que eu não precisava me encaixar em um tipo específico para ser quem eu era, mas, agora, eu entendo que, no primeiro momento, precisava disso para me sentir seguro e para cobrar meu espaço nesse lugar que também era meu”, desabafa.

Hoje, a relação do ator com todo esse turbilhão de sentimentos é bem mais tranquila: “Atualmente, lido de uma maneira muito tranquila e estou completamente em paz com todos os aspectos sobre quem eu sou, sobre a minha masculinidade, sobre a minha feminilidade, do que eu acredito que cabe a mim fazer ou não. A gente não deve mais alimentar esse papel do masculino e do feminino. Hoje, entendo quem eu sou e do que eu gosto, seja sobre sexualidade, seja sobre gostos pessoais de vestimenta, maquiagem ou entretenimento, entende?! Quanto mais entendo quem eu sou, menos as limitações sociais me afetam sobre quem eu quero ser ou sobre o que eu quero fazer”, finaliza.

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