Dia do Professor: Será que a classe tem o que comemorar?

Nesta quinta-feira (15/10), é comemorado o Dia do Professor, data criada em 1963 para homenagear essa classe tão importante para a sociedade. Embora não estejam acontecendo aulas presenciais, por causa da pandemia do novo coronavírus, os professores continuam realizando suas atividades com aulas remotas, de acordo com o Regime Especial de Ensino da Rede Estadual para este período.

A data é importante para comemorar as conquistas desta classe, mas, principalmente, para conscientizar a população e autoridades sobre o valor de professoras e professores que contribuem para o futuro das crianças que se tornarão adultos com caminhos consistentes.

Vale lembrar que apesar de especial essa data, 2020 é um ano de desafio para os professores. São mais de 200 dias que os docentes estão longe dos seus alunos devido à pandemia do Covid-19. Além de desafiador, cria um obstáculo a mais para o aprendizado dos estudantes, pois os professores precisam adaptar as maneiras de ensinar. Os alunos por sua vez, também tiveram de mudar toda a rotina para a Educação à distância (EAD).

Na visão de Kiusam de Oliveira, escritora e doutora em educação, que atua como professora há mais de 25 anos, tendo dedicado grande parte deste período à Educação Especial, e à formação de profissionais de Educação no município de Diadema/SP, implantando a lei 10.639/03 e ocupando funções de gestão pública: “Nós educadoras e educadores temos de utilizar nossos conhecimentos científicos para promover práticas antirracistas, em prol dos direitos humanos, para que a criança que a criança, desde cedo, aprenda a valorizar a diversidade compreendendo que é no diverso que encontraremos respostas fundantes e criativas para absolutamente tudo o que nos cerca. A diversidade nos salva” ressalta Kiusam.

Aprender vai além das aulas, os professores indicam livros, filmes, participação em lives nas redes sociais para os alunos interagirem com outros meios e não se sentirem saturados do novo modelo de aprendizado. Por esse motivo, Kiusam realizou lives em seu Instagram com a participação de figuras importantes no processo de educação e alfabetização, abordando temas como diversidade cultural, paradigmas estruturais que existem com o racismo, literatura, entre outros.

Sem professores, não há educação, pois são eles que colocam em prática o processo de ensino e aprendizagem, têm contato direto com os alunos e acompanham de perto o processe desde o aprendizado até a formação. A ideia de uma homenagem não deve ser uma mera convenção social, mas serve para refletir a importância desta data e buscar formas de valorizar os professores, por todos: os alunos, os familiares, o governo e a própria escola.

Sobre Kiusam de Oliveira 

Nascida em Santo André, grande São Paulo, aos 14 anos ingressou no Colégio IESA para cursar Magistério de 2o Grau. Logo após, foi para a Fundação Santo André cursar Pedagogia, com habilitações em Administração Escolar e Orientação Educacional. Para qualificar-se fez lato-sensu em Metodologia do Ensino Superior e, na sequência, na USP habilitou-se em Deficiência Intelectual e Mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano e Doutorado em Educação, ambos pela USP.

Atua como professora há mais de 25 anos, tendo dedicado grande parte deste período à Educação Especial e à formação de profissionais de Educação no município de Diadema/SP, implantando a lei 10.639/03 e ocupando funções de gestão pública. Desenvolveu também, ao longo de anos, atividades formativas para educadores e profissionais de todas as áreas juntamente às instituições públicas e privadas, com temáticas relacionadas à diversidade de gêneros, questões étnico-raciais e afins.

Leitora contumaz e escritora, desde pequenina foi incentivada por sua mãe, que colocava nos bolsos dela bloquinhos de notas e lápis, para ela registrar o que visse pela frente. Sua mãe era uma associada do Círculo do Livro e a deixou escolher um livro pela primeira vez. Sua escolha? Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Sua segunda escolha? Os Sertões, de Euclides da Cunha. Ousada! E ela tinha apenas 10 anos.

Entre diversas atividades desenvolvidas desde a infância, iniciou ballet clássico aos seis anos; arte que seguiu estudando por 18 anos sequentes, tendo se tornado professora ainda adolescente, para turminhas de baby class. Estudou com Madame Toshie Kobayashi, Alfredo Valderrama, Vânia Motta, Joyce, Lennie Dale, entre outros nomes importantes desta categoria.

Aos 16 anos, teve seus primeiros contatos com a dança-afro, na Escola de Samba Unidos do Peruche. De 2000 a 2007 montou a “Corte dos Orixás” do Bloco Afro Ilu Obá de Min, em São Paulo e começou a ministrar a oficina Ará Ayó: Dançando e Cantando com os Orixás, em São Paulo e em todo o país. Também a partir daí, foi se aprofundando em danças-afro-brasileiras. Desde 2007 integra como bailarina e coreógrafa o show Tecnomacumba, de Rita Benneditto.

A partir de 2009, iniciou uma sequência de lançamentos literários, com grande repercussão nacional e internacional. Suas obras foram premiadas por diversas frentes: com o livro Omo-Oba-Historias de Princesas, altamente premiado e que em 2019 completou 10 anos de sua primeira edição.

Prêmio ProAC Cultura Negra 2012 (O Mundo no Black Power de Tayó) e elencado no ranking dos dez livros mais importantes do mundo, em direitos humanos, pela ONU, entre outros. Até o ano de 2019, a multiartista dedicou-se também às atividades acadêmicas, tendo se mudado para o Espírito Santo para lecionar na Universidade Federal do Espírito Santo. Após um longo jejum e retornando ao eixo Rio-São Paulo, assinou em janeiro de 2020 contratos para quatro novos e aguardados lançamentos literários, estando dois deles previstos para o primeiro semestre: O Black Power de Akin (março de 2020), pela Editora de Cultura e O Mundo de Tayó em Quadrinhos (junho de 2020), pela Companhia das Letrinhas.

Conheça mais em: www.mskiusam.com

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