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OBESIDADE pode causar apneia no sono e levar à insuficiência cardíaca

Por: Dr. Leonardo Quicoli, médico cardiologista 

As pessoas tornam-se obesas por virtude de inúmeros fatores, alguns genéticos e outros adquiridos. Certamente não é exagero afirmar que a obesidade jamais foi cerne de tantas pesquisas, especulações e conclusões como nas últimas duas décadas. Isto pode ser atribuído a correlação entre a obesidade e a elevação de mortalidade cardiovascular.

Quando se pensa em obesidade e mortalidade cardiovascular, imediatamente a maior preocupação é direcionada para o infarto e o acidente vascular cerebral. Estas duas entidades clínicas indubitavelmente podem ser fatais, limitantes em alguns casos e causadoras de sequelas para o resto da vida. Contudo, pode-se destacar, neste trajeto quase linear entre a obesidade e a mortalidade cardiovascular, a existência de uma síndrome, não menos importante na promoção de eventos cardiovasculares deletérios: a síndrome da apneia obstrutiva do sono.

Em geral, a síndrome da apneia obstrutiva do sono está relacionada a alguns aspectos anatômicos da cavidade nasal, cursando com passagem do ar mais restrito pelo nariz e induzindo o indivíduo a respirar pela boca e ainda assim com certa dificuldade.

Nos obesos, a dificuldade respiratória é proporcional ao grau de obesidade e está relacionada não somente com aspectos anatômicos, mas também com significativa limitação funcional para executar os movimentos respiratórios com a devida normalidade e eficiência.

Com o passar dos meses e dos anos, os indivíduos obesos desenvolvem a síndrome da apneia obstrutiva do sono, a qual impacta, cumulativamente, na necessidade de trabalho redobrado do coração. Os diversos sobressaltos que a apneia produz durante o sono são responsáveis por causar picos de hipertensão arterial e consequentes picos de sobrecarga cardíaca.

Caso nenhuma medida preventiva ou terapêutica for adotada para mudar o curso natural desta síndrome, os indivíduos poderão apresentar insuficiência cardíaca, quadro de disfunção global do coração.

Diante desta sequência trágica de eventos: obesidade – apneia – insuficiência cardíaca, as medidas preventivas seriam mais eficazes do que simplesmente tratar as complicações. Tratar complicações implica em necessidade de cirurgias e uso contínuo de muitos medicamentos e de acessórios para auxiliar a respiração durante o sono. Antes destas etapas terapêuticas, seria prudente esgotar todas as possíveis medidas preventivas.

Considerando que a obesidade é o aspecto subjacente deste ciclo de eventos que termina com a insuficiência cardíaca, todos os esforços deveriam estar direcionados para a prevenção e tratamento da própria obesidade. Primeiramente deve-se buscar auxílio de médico especialista ou até de uma equipe de médicos e profissionais de saúde que contribuam nesta luta contra a obesidade.
Rever o estilo de vida é o passo inicial e principal. Muitas vezes, a perda de peso fundamenta-se em modificar a rotina de trabalho, inserir mais horas de atividade esportiva, mais horas de atividades de lazer e cultura, mudar o padrão da alimentação e adotar medidas de combate ao estresse. Atividade física orientada e executada regularmente é extremamente eficaz na fase inicial e sobretudo na fase de manutenção do peso, propiciando maior conforto respiratório durante o sono.

 

Nos obesos, a dificuldade respiratória é proporcional ao grau de obesidade e está relacionada não somente com aspectos anatômicos

 

Para aqueles indivíduos obesos, com apneia obstrutiva e sinais incipientes da insuficiência cardíaca, o uso de alguns medicamentos, sob orientação médica, é mandatório para tentar controlar a progressão do peso tal como promover a redução do mesmo.

Como alternativa terapêutica, também muito eficiente, destaca-se a cirurgia bariátrica, que contempla uma gama de técnicas que visam reduzir a superfície absortiva do tubo digestivo. A tríade obesidade – apneia – insuficiência cardíaca representa a evolução desfavorável de um conjunto de hábitos de vida impróprios, eventualmente associados a fatores genéticos. Para modificar o curso natural deste ciclo extremamente limitante, é imprescindível que haja conscientização, iniciativa e execução.

Além disso, recorrer aos médicos e profissionais de saúde é tarefa obrigatória para definição das melhores estratégias preventivas e terapêuticas.

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