Ansiedade infantil: como entender e como os adultos devem buscar ajuda para lidar com a situação

Há quase dois anos em aulas remotas e, agora, com a vacinação infantil disponível para crianças entre 5 e 11 anos, os pequenos retomam às atividades com mais segurança para, enfim, darem continuidade à vida. No entanto, como em qualquer ocasião, o “medo do novo” se aproxima, afinal, querem saber o que os aguardam daqui para frente.

A ansiedade também não fica de fora e vale, também, para aqueles que trocaram de colégio. A angústia por estar em um ambiente diferente ou seguir uma rotina diferente, podem se tornar problemas e o apoio de um adulto, é fundamental nesse processo.

Por isso, o psicólogo Gustavo Zancheta (@gustavozancheta.psi) responde às questões a fim de tirar as dúvidas e explicar aos pais e responsáveis como agir na hora de orientar a criançada a lidar com a situação da forma correta e bem mais tranquila.

 

  1. A ansiedade das crianças pode estar relacionada ao medo do “novo” ?

É um estado de tensão, angústia e medo diante da percepção de ameaça ou perigo, podendo ser algo real ou imaginado. Normalmente nós, seres humanos, encaramos o novo como sendo algo potencialmente perigoso ou negativo e as crianças seguem este padrão. Sendo assim, a nova professora ou a nova escola podem sim gerar um estado de ansiedade nas crianças, já que podem perceber as mudanças e novidades como sendo algo ameaçador. Com relação às provas e trabalhos, estes podem também gerar quadros de ansiedade nos alunos, mas por causa da possibilidade de críticas de pais e professores e/ou da desconstrução de expectativas formadas sobre desempenho escolar.

  1. Como os pais podem ajudar? Qual o papel deles?

Devem propiciar aos seus filhos uma experiência escolar agradável e leve, abrindo mão de projeções de expectativas e críticas. Uma dica é apresentar a escola como sendo uma continuidade do lar e, para isso, a presença pontual dos pais em eventos na escola é sempre bem vinda.

  1. E os professores?

R: Eles têm a tarefa fundamental de representar a escola e, por isso, é importante adotarem uma postura empática e amistosa, mostrando-se acessíveis e atentos às demandas das crianças.

  1. Atividades, na escola, durante as férias, ajudam em uma melhor adaptação, para aqueles que precisaram trocar de escola? Porque?

R: Sim! As atividades extracurriculares realizadas na escola durante as férias representam uma boa opção para facilitação da adaptação de alunos, pois acabam por gerar um ambiente mais informal, ampliando assim a percepção da criança sobre o local.

  1. Mudança de escola. Se os pais trocam a criança de colégio por alguma razão, como ajudar a criança a entender a situação de uma forma mais amena?

R: Mudanças de escola são sempre experiências estressantes e, por isso, os pais devem, respeitando obviamente a idade e capacidade cognitiva da criança, informar e participar seu filho das razões que levam à mudança. Não se deve subestimar a inteligência da criança. Episódios de descontentamento, ansiedade e tristeza podem ser percebidos, mas o esperado é que, com o tempo, a criança supere a mudança e acabe se adaptando.

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